Resiliência e gestão de mudanças

A cada ano que passa percebe-se que a globalização aumenta, o que resulta em maior competitividade. Esses são fatores que demandam adaptações e contínuas transformações dentro das empresas e organizações. Essas mudanças podem ser estratégicas, de sistemas ou de projetos.

Todo o tempo, as pessoas e organizações estão passando por algum tipo de transformação, o cenário atual do Brasil mostra bem isso. O cenário econômico, por exemplo, tem feito com que empresas tenham que passar por mudanças como fusões, aquisições e muitas vezes desligamentos em grandes proporções. Geralmente são mudanças profundas!

Nem sempre as mudanças são negativas, também há aquelas mudanças que são positivas para a empresa e pessoas, como processos de expansão. Então, a gestão da mudança visa com que as empresas e organizações passem por esses diversos processos de transformação de forma mais produtiva possível, seja em um cenário favorável ou em um que esteja desfavorável.

O ponto a ser destacado é, existe uma grande demanda por mudanças e transformações. Mas como anda a capacidade dos gestores, líderes e equipes (resumindo: pessoas) em se adaptar a essa situação de estresse?

Resiliência: desafios da gestão de pessoas num ambiente de mudanças

Quando estamos diante de um processo que está em transformação, este irá impactar diretamente os profissionais. Toda transformação traz rupturas que podem gerar alto estresse tanto de forma individual quanto como equipe.

Por exemplo, pode haver em uma organização a terceirização de um processo novo. Como que irá ser a relação da empresa com os novos funcionários terceirizados? E mais, como será a relação com os profissionais que já eram da empresa e executavam tais atividades antes da mudança?

Do ponto de vista de processos, podemos imaginar que as empresas envolvidas irão realizar o seu trabalho para que a mudança ocorra sem grandes problemas. Mas, e do ponto de vista das pessoas? Houve uma preparação? Houve uma definição do papel profissional dos envolvidos? Houve uma boa comunicação?

Por este motivo, existem diversas empresas que trabalham diretamente com a gestão de mudanças e utilizam metodologias específicas para que isso ocorra visando tanto a mudança nos processos da empresa como também o engajamento das pessoas. É possível realizar atividades para gerar integração entre as pessoas envolvidas no processo de mudança para ao final desse processo alcançar maior produtividade e uma melhor forma de trabalho.

Toda mudança gera um impacto que acaba resultando em um forte estresse. Esse estresse ocorre por existir uma situação nova, desconhecida e que traz incerteza/insegurança por não saber como irá ser. E é por esse motivo que é tão importante aliar a resiliência aos processos de mudança.

Resiliência e Gestão de Mudanças: desenvolver novas atitudes frente aos desafios

As pessoas precisam de tempo para se adaptar e aceitar as transformações que irão ocorrer dentro de um processo de mudança. Essa adaptação envolve incluir novos processos na rotina de trabalho, assimilar novos conceitos e aceitar que existe uma nova situação.

Quantas vezes durante um processo de transformação não há insegurança quanto ao novo cenário? É comum que essa insegurança acabe por se tornar uma fonte de grande estresse. Por este motivo, é muito importante envolver as pessoas dentro do processo e definir claramente os papéis de cada um e qual o objetivo final a ser alcançado.

Existe uma figura muito importante dentro de todo esse processo, que é o gestor/líder. Como trabalhar com o gestor de equipe para que ele seja o grande protagonista dentro do processo de mudança? Pois, geralmente, esse gestor percorre por dois caminhos, ele tem que passar pelos impactos da mudança e ao mesmo tempo administrar os impactos que a mudança causam em sua equipe.

A resiliência pode contribuir dentro dessas metodologias para apoiar os gestores e líderes a perceberem como lidar com a situação.

A análise do contexto, por exemplo, ajuda a trazer clareza dos processos que estão acontecendo, quais são as forças que existem nesses processos, as relações de poder, quais são as dificuldades e vulnerabilidades do ambiente.

Outro ponto é entender como está o autocontrole do gestor/líder e como estão as emoções frente a tais processos. Muitas vezes, o próprio gestor/líder irá ser demitido ao final do processo de mudança (como quando ocorre o fechamento de uma unidade). Será que a pessoa que executa esse papel de gestor/líder, está conseguindo lidar com as suas emoções diante de um alto estresse?

Ter autoconfiança de que ele(a) é capaz e tem condições de conduzir sua equipe dentro de um processo de mudança. Entender que nesse momento é necessário ser protagonista, e caso encontre alguma dificuldade que abale a sua confiança, procurar buscar pessoas que o(a) apoiem e que dão suporte, formando uma rede de apoio e proteção.

Também se pode destacar a leitura corporal. Como que está o meu corpo durante o processo de mudança? Como as emoções estão refletindo sob ele? Esse tipo de processo geralmente envolve jornada de trabalho de longas horas e pouco tempo para descanso e pausas.

Esses são alguns exemplos de como é possível envolver a resiliência em um processo de mudança e fortalecer as pessoas que estão envolvidas. Claro que cada empresa ou organização irá ter demandas específicas quanto ao apoio da resiliência. Cabe as consultorias, gestores e líderes identificarem quais são as fraquezas que surgirão durante a implementação de um processo de mudança e quais são as fortalezas que a empresa já possui, e assim, construir de forma estratégica uma aplicação da resiliência dentro do processo.

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Fonte: Por Sobrare | Via George Barbosa

George Barbosa – Autor da escala Quest_Resiliência,  Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Resiliência (SOBRARE), Consultor na Fundação Vanzolini e Professor do curso ‘O Líder Resiliente – O uso da resiliência como recurso de enfrentamento e superação do stress no trabalho‘.